
O povo observou os pergaminhos caindo em meio à fumaça como uma bênção. Eram como folhas secas. Devido ao pânico, foi difícil dizer ao certo quantos caíram naquela hora. As chamas e tudo o que veio depois da explosão na escola formaram uma névoa muito densa para que as câmeras de televisão pudessem registrar; mas um repórter de uma agência de notícias confirmou que viu quatro deles caindo, e que ele ultrapassou o cordão de isolamento policial e foi em direção à escola, ao campo de esportes para recuperar um deles. Uma mulher, cujo filho sobreviveu, disse que viu meia dúzia de pergaminhos caindo. Em cada um deles havia um verso escrito num idioma que ninguém reconheceu — pensaram que fosse árabe ou sânscrito —, mas que depois foi identificado como hebraico; caíram distantes uns dos outros, suavemente, no solo. Alguns foram capturados nas correntes espirais de ar quente, enquanto passavam rente à casa de caldeiras ainda em chamas, e iam em direção ao chão, e se sacudiam e se dispersavam como pombas.
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