Ele avançou com o carro para a vaga, quase batendo no outro veículo que esperava havia uns três minutos, como a seta ligada, e, pelo retrovisor, viu a boca da motorista xingá-lo. Desligou o carro, pegou o celular e começou a ver um vídeo publicado num grupo de mensagens. Abriu a porta e sentiu o ar pesado, quente e sufocante. O shopping estava cheio para as compras de natal. Caminhou apressadamente em direção a entrada até desacelerar quando sentiu o ar fresco do interior. Encostou-se num canto de uma vitrine e reviu mais uma vez o vídeo, um trecho de uma entrevista do político que apoiava. Abriu a pequena lista de compras feita pela esposa, suspirou e mergulhou no fluxo de pessoas e sacolas, desviando delas com agilidade. Havia filas para tudo, e foi assim que se passaram quase duas horas, mesmo com sua rapidez para encontrar os presentes nas lojas.
— Boas festas, senhor!
— Feliz natal. Fe-liz na-tal! — respondeu para a jovem do caixa, na última loja.
Continue lendo “Um microconto de natal”



